quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Vim, vi e escrevi


Vim, vi e parei
Diante dos versos que não vieram,
Perdidos nas noites que varei,
Errantes na chuva não souberam,
Que por eles prostrado esperei.

Vim, vi e lembrei
Dos sonhos possíveis, inacabados
Das lutas inglórias que travei,
Dos amores perdidos, desvairados,
Que em meu peito exaltado carreguei.

Vim, vi e falei
Da minha vida inquieta e peregrina,
Dos caminhos incertos em que andei,
Das virtudes notáveis da menina,
Que com saudades naquele dia deixei.

Vim, vi e chorei,
Chorei do meu jeito assim calado,
Nem mesmo uma lágrima derramei,
Mantive o meu pranto sufocado,
E em nome da saudade o guardei.

Vim, vi e senti
A chegada oportuna destes versos,
Numa noite de insônia os persegui
Por caminhos confusos e diversos,
Solitário e em silêncio os escrevi.



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