segunda-feira, 12 de julho de 2010

¡España campeon!

Fiquei muito feliz com o título da Espanha. As pessoas mais próximas a mim, sabem os motivos que me levam a torcer pela seleção espanhola em Copas do mundo e em outras competições (depois do Brasil, obviamente). Eu tenho descendência espanhola por parte de pai, meus bisavós vieram daquele "hermoso" país da península ibérica para me dar esse sobrenome estranho, com o qual eu tanto sofri na minha infância, sobretudo na escola. Lembro que, às vezes, chorava de inveja dos colegas que tinham sobrenomes mais comuns: Oliveira, Silva, Correia, Ferreira, Souza etc, e que por isso nunca eram sacaneados durante a chamada.
Enfim, fui crescendo e os complexos com o sobrenome espanhol estranho, foram se dissipando e quando comecei a acompanhar as copas do mundo, sempre torcia pela Furia em seus jogos. Sonhava com uma final entre Brasil e Espanha. Claro que torceria para o Brasil, mas teria ao menos um consolo caso perdêssemos.

Em 1998, a Espanha foi eliminada na primeira fase. Foi uma decepção. Em 2002, ela foi garfada nas quartas-de-final, contra a anfitriã Coreia do Sul, por aquele árbitro egípcio, o tal Gamal Gandhour (que deve estar proibido de entrar na Espanha até hoje rsrsrs) que conseguiu fazer uma das arbitragens mais escandalosas da história das Copas e que me levou a antipatizar com o time da Coreia do Sul. Antipatia que perdura até hoje. Eu sei que eles não tem culpa dos erros da arbitragem a seu favor, mas realmente desde então eu não consigo me curar desde sentimento de sempre torcer contra a Coreia do Sul. Mas vou tentar na próxima Copa do Mundo. Eu juro! Para quem lembra, na ocasião, o árbitro egípcio, anulou dois gols espanhóis legítimos e marcou três impedimentos inexistentes. O placar ficou no empate de 0 a 0, e a Espanha, que vinha de uma campanha extraordinária, foi eliminada nos pênaltis. Uma monumental injustiça. Naquela Copa, tal como nesta, por suas posições nos grupos, Brasil e Espanha só se enfrentariam na grande final. Mas não deu, e graças ao Mr.Gandhour, a Furia mais uma vez ficava nas quartas.

Em 2006, a Espanha com um time bom, amarelou pra França de Zidane, perdendo de virada, após fazer um belo primeiro tempo, vencendo, e voltarem pro segundo tempo feito um bando de zumbis desorientados. Mais uma vez eliminada.

De 2006 para cá, a seleção espanhola cresceu muito. Venceu a Eurocopa de 2008, jogando um belo futebol, vencendo a Alemanha na final. Decepcionou na Copa das Confederações, mas recuperou sua auto-estima e seu favoritismo com a brilhante campanha nas eliminatórias. Chegou à Africa do Sul como forte candidata ao título. Poderiamos dizer que chegou com favoritismo e muitos problemas: contusões como a de Iniesta, Fábregas e Torres, tiravam sono do técnico Vicente Del Bosque. Fernando Torres, um grande goleador, que após uma contusão no joelho seguida de uma cirurgia, não conseguiu recuperar sua boa forma, ficando apagado o mundial inteiro. Na minha opinião, essa é a principal explicação para o baixo número de gols marcados pela Espanha nessa Copa do Mundo: a ausência de uma referência no ataque. Felizmente, com fantásticos jogadores no meio-de-campo, à sua disposição: como Xabi Alonso, Xavi Hernández, Iniesta e mesmo o Villa na ponta, Del Bosque pôde compensar a ausência de Torres.

Enfim, deu no que deu: Espanha campeã, merecidamente, diga-se de passagem. Tem muita gente aí dizendo que quem merecia o título era a Alemanha e bla blá blá. Ué, mas a Alemanha perdeu o jogo pra Espanha quase sem tocar na bola. Quem assistiu o jogo viu que a Espanha foi muito superior, venceu de 1 a 0, mas poderia ter vencido de mais, se não houvesse perdido tantos gols, assim como no jogo de ontem. Não há nesta Copa seleção mais merecedora do título que a Espanha.

Resumo da ópera, fico muito feliz com o título mundial da seleção espanhola. É uma pena que por culpa do Dunga & Cia, a final que eu sempre sonhei não pôde acontecer. Quem sabe em 2014.